sábado, 4 de junho de 2016

O sacrifício de Jesus Cristo e da Virgem Maria



Quando entramos na Igreja para celebrar a Santa Missa, chegamos no Calvário, onde Jesus Cristo se entrega em sacrifício pela salvação da humanidade. Adentramos, não somente no momento mais importante do nosso dia, ou de nossas vidas, mas no tempo da graça, no καιρός (kairós em grego), por excelência, naquele mais significativo instante da história da humanidade. Pois, o sacrifício de Cristo na cruz é mais importante até mesmo do que a obra da Criação, pois esta foi redimida por aquele. No Calvário, foram três horas de angústia e sofrimento terríveis e quase que intermináveis para Jesus e Maria. A este respeito, São João Crisóstomo disse que: “Quem estivesse no Calvário veria dois altares, onde se consumavam dois grandes sacrifícios: um era o corpo de Jesus, o outro o coração de Maria”3.
No altar da cruz, o Filho de Deus e sua Mãe Santíssima se ofereceram em sacrifício por todos os homens. Entretanto, este sacrifício se reveste de um caráter pessoal. Podemos constatar isso nas poucas, mas significativas experiências de conversão no Calvário. Cristo foi crucificado entre dois ladrões, mas, somente a São Dimas, disse: “Em verdade vos digo: hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43). Vários eram os soldados que estavam no Calvário naquele dia, mas somente o soldado Longinus, São Longuinho, foi curado de um doença nos olhos e se converteu, depois de transpassar o lado de Jesus e ser atingido pelo sangue e pela água que jorraram de Seu peito aberto pela lança (cf. Jo 19, 34).
Na Santa Missa, no altar da cruz, Jesus e Maria se oferecem em sacrifício pelos nossos pecados e querem de nós uma atitude pessoal de encontro, de comunhão, a exemplo do Bom Ladrão, que primeiramente repreendeu o malfeitor que blasfemava contra Jesus: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício?” (Lc 23, 40); depois, reconheceu suas culpas: “Para nós isto é justo: recebemos o que merecemos por nossos crimes” (Lc 23, 41); e também suplicou pela sua salvação: “Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino!” (Lc 23, 42). De certo modo, nossa atitude deve ser a mesma de Dimas, pois neste mundo estamos crucificados com Cristo, através dos sofrimentos, e somos igualmente malfeitores. Consequentemente, também devemos reconhecer as nossas faltas e suplicar o perdão dos nossos pecados, para um dia entrar no Reino dos Céus.

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