sábado, 4 de junho de 2016

A SANTA MISSA SOB O OLHAR DA VIRGEM MARIA

 

A SANTA MISSA SOB O OLHAR DA VIRGEM MARIA 

Foto antiga de um grupo de sacerdotes e bispos , com a imagem da Virgem Maria ao fundo
A SANTA MISSA SOB O OLHAR DA VIRGEM MARIA
Quem observar estes preceitos viverá por eles (Lv 18, 5)
 
Caríssimos amigos sacerdotes, para sermos um sacerdote segundo o coração do próprio Cristo, não é tão difícil como tantos pensam ser. Claro, que é preciso renunciar-se a si mesmo como Jesus pediu! E isso significa esquecer o EU, para ser em Deus.  Mas Ele aprecia a simplicidade de cada um, nossa maneira própria de ser e de agir, porém ao sermos chamados para o Serviço da Autoridade Sacerdotal, devemos vivenciar com o máximo de amor e fé aquilo que celebramos. Se a Santa Missa é o Sacrifício Propiciatório, o centro da nossa vida cristã, então nós deveríamos ser profissionais na virtude heroica de cumprir com fidelidade e amor este Santo Ofício, pondo ali nossa vida, nossa alma, todo o nosso coração. Proponho assim algumas observações para vivermos segundo o coração amoroso de Deus, servindo no Altar com verdadeira dignidade sacerdotal
 
1-Precisamos, em primeiro lugar, sermos homens que temem a Deus e que vivem o que de fato pregamos. Assim sendo, precisamos viver sempre em Estado de Graça, não celebrar a Santa Missa sem antes nos purificarmos e se santificarmos pelo Sacramento da Confissão, para que o Sacramento da Eucaristia não nos seja sacrílego e condenatório, ainda que válido. Sermos mais assíduos a este Santo Sacramento, que é um encontro frequente com Aquele que é a Misericórdia Infinita. Para os que a suplicam humildemente! Aliás, todo o povo deve ser preparado pelo sacerdote, para sempre estar em estado de graça
 
2-Antes de subir ao Altar para o Santo Sacrifício, devemos ter carinho e perfeita obediência ao Santo Magistério da Igreja que sempre nos exorta a nos vestirmos de Cristo – sacerdote por excelência – e para isso, precisamos aceitar e respeitar tudo o que é sagrado na liturgia, a começar pelas Sagradas Vestes. Precisamos nos vestir de Cristo e não segundo a moda do mundo, as vestes sacerdotais são uma das exigências do Magistério da Igreja e, portanto, do agrado de Deus, que seja de fato conforme nos ordenam vestir. O celebrante deve usar sempre Alvas brancas, estola e casula liturgicamente corretas, evitando, portanto, as casulas modernas com cores do arco-íris, “Aquarelas do Brasil”, cores do time de futebol... Isso ofende muito o nosso Senhor, que foi despojado de suas sagradas vestes, e por isso nós devemos nos vestir liturgicamente correto e com muito zelo, para repararmos este ato doloroso da Sua Santa Paixão
 
3-Ao subir no Altar, precisamos externar todo nosso zelo interior para com o Cristo que novamente se imola na Cruz, fazendo a genuflexão correta e sem pressa diante do Sacrário, e reverência diante da Santa Cruz e das sagradas imagens e beijar com reverência e amor o Santo Altar, lugar do Sacrifício e da manifestação de Deus. Nós sacerdotes precisamos ter um carinho e zelo especial pelo Altar. De fato, conforme o Magistério da Santa Igreja nos exorta, não basta amar, é preciso demonstrar, provar este amor, ou seja, externar, tornar isso visível, para que os outros vendo estas boas obras glorifiquem o Pai. Para isso, na Santa Missa devemos seguir fielmente o Rito Sagrado, sem inventar, sem criar, sem introduzir coisas que a desvirtuem. A Santa Missa deve ser um mergulho profundo no interior da alma, padres e leigos, sem palmas, abraços, agitações e danças.  Santa Missa não é um show, é um Sacrifício. Se misteriosamente há uma Vítima sendo crucificada, como se pode aplaudir?
 
4-Devemos lembrar que Nossa Senhora acompanha cada sacerdote ao Altar, sempre no lado direito. Ela observa cada gesto sacerdotal e se emociona ao notar o grau de amor que se desprende do sacerdote pelo Sagrado Mistério. Por isso, amigo sacerdote, precisamos realizar cada gesto litúrgico com muita serenidade, simplicidade e amor. Devemos ter em mente apenas a presença de Deus, de Sua Santíssima Mãe e de todo o Céu nesta hora suprema, e não se preocupar com as pessoas presentes, pois a Santa Missa é o Sacrifício de Cristo – Jesus é a Missa, é a Eucaristia – que se oferece ao Pai pela salvação das Almas, vivos e falecidos. Nenhum sacerdote deve ter vergonha de externar seu amor e seu zelo pela Santa Liturgia, nem jamais transgredir os atos litúrgicos, caso contrário, Jesus se envergonhará dele diante de Seu Pai e seus Anjos
 
5-Nossa Senhora também está atenta e ouvindo a nossa Homilia, afinal, cada fiel tem direito de ouvir as Verdades Divinas e o sacerdote tem a obrigação de expor com precisão as verdades do Evangelho e do Magistério da Igreja. Não as suas! Por isso, devemos ser fiéis e anunciar o que recebemos e tudo aquilo que nós cremos e vivemos. Em nossos sermões devemos usar de linguagem ponderada e piedosa (cf. Sl 11, 7 e 17, 31), mas firme e segura, para utilidade e edificação do povo, a quem devemos anunciar os Novíssimos, denunciar os vícios e pregar as virtudes, lembrar o castigo e propor a glória, com brevidade, porque o Senhor, na Terra, usou de palavra breve (cf. Rm 9, 8). Para isso a preparação das homilias é fundamental!
 
6-No ofertório, devemos direcionar a nossa atenção para este grande mistério de Deus ao deitar o vinho no cálice, que representa a Igreja, Santa e Santificadora. Abençoamos a água antes de deitar uma gota no cálice com vinho, pois ela representa a humanidade, a cada um de nós, as nossas lágrimas, somos santos e pecadores e necessitamos da Igreja para nos santificarmos é neste exato momento que nossos pecados veniais são remidos.  Devemos notar, caríssimo sacerdote, uma chamada de atenção nas rubricas, antes de pronunciar as sagradas palavras: “inclinando-se levemente”,  isto é, para frente e não para cima ou para trás, como muitos fazem arrogantemente. E ao elevar o precioso Corpo do Senhor, após a consagração, usar as duas mãos e jamais uma só e mesmo que esteja usando um microfone em uma das mãos, abandonai-o ao lado, para elevar o Corpo do Senhor com dignidade e zelo total.  Saiba, amigo sacerdote, que neste sagrado momento, a Santíssima Virgem assim como todo o Céu estão de joelhos em profunda adoração diante deste grande Mistério de Amor
 
7-Na sagrada Comunhão, é importante, tomar o cuidado de não permitir que Nosso Senhor seja novamente ofendido e crucificado com as comunhões sacrílegas, por isso deve ser avisado que somente se aproxime quem estiver preparado, em Estado de Graça e com a Confissão em dia poderá comungar. Basta uma breve exortação. Obedientes aos Documentos da Igreja, nada façamos do que não nos é permitido, por exemplo, deixando o povo tomar sozinho a Comunhão.  Jamais deixar Jesus abandonado no Altar, e ao nosso Rei e Senhor nunca se dê as costas. Lembremos irmãos, meus sacerdotes, o que dizia São Francisco de Assis que, está escrito na lei de Moisés que quem a transgredia, nem que fosse só em coisas exteriores, morria sem dó por sentença do Senhor. “Quanto maior e mais terrível castigo merece padecer aquele que pisa aos pés o Filho de Deus e tem em conta de profano o sangue pelo qual foi santificado, e insulta a graça do Espírito” (Hb 10, 28-29). Pois quando o homem, segundo diz o Apóstolo, não discernindo de outros alimentos e obras o santo pão de Cristo, o come indignamente ou, sendo digno, o come sem o reto espírito e sem atitude inconveniente, profana e calca aos pés o Cordeiro de Deus. Porquanto, diz o Senhor pelo Profeta: “Maldito aquele que faz com negligência a obra do Senhor” (Jr 48, 10) e condena na verdade os sacerdotes que não quiserem tomar a peito, dizendo: “Amaldiçoarei as vossas bênçãos!” (Ml 2, 2)
 
8-Consideremos a nossa dignidade, irmãos sacerdotes, pois Deus assim nos pede: “sede santos porque Eu Sou Santo” (Lev 11, 44). E assim como o Senhor Deus vos honrou acima de todos os homens, por causa deste Mistério, assim também nós, mais do que todos, devemos amar e reverenciar, honrar e adorar este mesmo Deus. É uma grande desgraça e uma lamentável fraqueza se nós, tendo-O assim presente, ainda nos preocupemos com qualquer outra coisa deste mundo.  É São Francisco de Assis quem assim exorta a nós sacerdotes: Pasme o homem todo, estremeça a Terra inteira, rejubile o céu em altas vozes quando, sobre o Altar, estiver nas mãos do sacerdote o Cristo Filho do Deus vivo. Ó grandeza maravilhosa, ó admirável condescendência! Ó humildade sublime, ó humilde sublimidade! O Senhor do Universo, Deus e Filho de Deus, se humilha a ponto de Se esconder, para nosso bem, na modesta aparência de pão. Percebamos, irmãos, a humildade de Deus! Derramemos ante Ele os nossos corações (Sl 61, 9). Humilhemo-nos para que Ele nos exalte (1 Pd 5, 6). Portanto, nada devemos reter para nós mesmos, para que as centelhas do nosso amor transformem nossas comunidades pela abundância de graças sobre elas derramadas
 
9-Por isso, após a Comunhão, sempre é bom acompanhar Nosso Senhor enquanto Ele se retira para o Tabernáculo e junto com os ministros, que Jesus seja adorado, com uma profunda genuflexão antes de fechar o Sacrário. Somente após o Senhor Se retirar, será conveniente purificar os vasos sagrados e fazer uma breve ação de graças com um respeitoso silêncio. Neste momento deveriam cessar os cantos e os instrumentos, para que cada um pudesse adorar nosso Deus, presente em cada um
10-Muito importante é a exortação final, e a preciosa bênção sacerdotal. Muitos de nós sacerdotes não fazemos nem ideia da força e da importância desta bênção e de todas as nossas bênçãos. Há sacerdotes que se negam a dar sua mão para que os leigos a beijem em sinal de respeito. Quando beijam Jesus! Porque se trata, ainda e sempre, do Próprio Deus abençoando o povo, e a tudo aquilo que mencionarmos ali
 
Enfim o povo deve ser instruído a nunca sair da Igreja antes do Sacerdote, para que assim se complete do início ao fim da Santa Missa, o tremendo mistério do Amor do nosso Deus
 
Trecho do Livro " Sacerdotes! Estamos no caminho certo?
Arnaldo Haas e muitos Sacerdotes

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